CIÊNCIA
Pesquisa comprova atividade antioxidante da Caraibeira
Projeto desenvolvido por alunos de Licenciatura em Química sob a coordenação do Professor Leonardo Alcântara
Publicada em 24/08/2022 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 05:21

Annapaullinna Lima - IFRN/Apodi
Símbolo de paisagismo no semiárido, a Caraibeira (Tabebuia caraíba) se tornou elemento de decoração de ambientes por ter uma madeira pardo-amarelada, mas também tem enorme relevância cultural devido seu uso medicinal, historicamente registrado por pessoas mais antigas e grupos tradicionais. No entanto, essa planta é muito mais rica do que se pode imaginar. Foi exatamente o que mostrou um grupo de pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Apodi.
Publicado na Diversitas Journal, o trabalho analisou a composição fitoquímica de extratos da planta, bem como sua atividade antioxidante. Os antioxidantes são substâncias que têm a capacidade de proteger as células contra os efeitos dos radicais livres produzidos pelo organismo. A espécie vegetal analisada foi cultivada e coletada na Unidade Produtiva da Fazenda Escola do IFRN Apodi. O material vegetal foi triturado e seco sob a ação do vento para ser pesado posteriormente.
A partir das análises realizadas na pesquisa, foi possível obter dados sobre as características químicas dos galhos, folhas e tronco da espécie, sendo observada a presença de flavonoides, catequinas, antocianidinas, triterpenóides, esteroide, fenóis, taninos, leucoantocianidinas em seus extratos.
Segundo a pesquisa, na análise de antocianinas, as folhas obtiveram o maior resultado. Já na quantificação de taninos, observou-se maior resultado para folhas. Na captura do radical DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil), obteve-se melhor capacidade para o extrato aquoso da casca. Para captura de radical ABTS (composto cromóforo quimicamente estável), o extrato da casca em etanol alcançou o resultado semelhante a outros trabalhos que utilizaram essa metodologia.
“Considerando a relevância da Caraibeira e sua preservação ambiental perante a caatinga nordestina, essa pesquisa tem aplicabilidade em fornecer informações para novos estudos relacionados a essa espécie”, relata o professor Leonardo Alcântara, líder da pesquisa. O trabalho contribuiu para enriquecer o banco de dados sobre a espécie, oferecendo subsídio para novos estudos e experimentos no meio científico da química.
Além de Leonardo Alcântara, participaram da pesquisa Luciana Bertine, Lucas Gomes, Luma Misma, Matheus Gomes, Jean Carlos e Daniel Freitas, à época estudantes de Licenciatura em Química.