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Estudo internacional sobre fármacos ativos tem participação do IFRN

Participação é fruto de parceria com instituições internacionais

Publicada em 07/03/2022 Atualizada em 29 de Março de 2023 às 22:35

Foto cedida DIAREN
Foto cedida DIAREN

Um estudo de monitoramento global de fármacos, conduzido pela Universidade de York, na Inglaterra, coordenado pelo professor John Wilkinson, teve a participação do Campus Natal-Central, através do Programa de Pós-Graduação em Uso Sustentável de Recursos Naturais (PPgUSRN), por intermédio do professor da Diretoria de Recursos Naturais, Dr. Jean Tavares. A pesquisa consiste na coleta de amostras de água para análise de 60 princípios fármacos ativos. Segundo o professor do CNAT, o diferencial dessa pesquisa é que nela foi utilizada uma metodologia direcionada para um estudo em escala mundial, dando uma visão mais precisa de como está a presença desses produtos em diferentes regiões do globo, em diversas condições climáticas, sanitárias, de assistência médica e de disponibilidade hídrica.

A iniciativa aconteceu com o objetivo principal de traçar um panorama global da presença de princípios fármacos ativos em ambientes aquáticos. De acordo com o professor dr. Jean Tavares, a participação da Instituição no estudo internacional surgiu a partir das parcerias que já existiam: "Nós temos parcerias com outras universidades da Inglaterra (Sheffield e Leeds) e, através destas parcerias, chegou-nos a informação de que haveria um estudo com coleta de águas em rios que serviriam para abastecimento humano ao redor do mundo. Assim, nos colocamos à disposição do prof. Dr. John Wilkinson que nos enviou o material de coleta. O interessante desse momento é que as coletas foram feitas praticamente no mesmo dia, ao redor do mundo. Foram coletadas amostras em 258 rios de 104 países e tudo ocorreu no dia mundial da água, em 2017".

Participaram do estudo 127 colaboradores, de 86 diferentes instituições ao redor do mundo. No Brasil, houve coletas nas cidades de Americana, realizada por um grupo da Faculdade de Saúde Pública da USP, em Manaus, e no Rio Grande do Norte, no rio Pitimbu. "Aqui pelo IFRN, fomos eu e o professor Francisco Gildásio. Foram feitas coletas em 10 pontos do rio Pitimbu, justamente por ser um rio cuja água deságua na lagoa do Jiqui com posterior tratamento e destinação ao abastecimento público. Além de efetivar as coletas em 10 pontos georeferenciados do rio Pitimbu, nós também participamos da parte escrita, colaborando com o texto final do artigo", esclareceu o professor Jean Tavares.

Segundo o pesquisador, a presença de fármacos em ambientes naturais acontece devido ao uso de medicamentos, na maioria das vezes, em excesso ou sem o devido acompanhamento médico-sanitário. Os princípios ativos são liberados pelo organismo, através dos dejetos humanos. Outro fator de disseminação também é o descarte inadequado de restos de medicamentos e, em ambas situações, os contaminantes podem chegar aos ambientes naturais. Na natureza, os ambientes contaminados levam à proliferação de organismos patogênicos resistentes a antibióticos e outros medicamentos. Esse contexto pode viabilizar alterações metabólicas nos organismos, inclusive a feminilização de algumas espécies,  além de alterações na qualidade da água, tornando-a imprópria para o uso doméstico ou para a manutenção das funções ecológicas dos mananciais. Os princípios fármacos ativos nesses diversos remédios usados vão desde ansiolíticos, antitérmicos até cafeína, dentre outros.

 

De acordo com o professor dr. Jean Tavares, "a solução desse complexo problema passa por algumas ações integradas, destaco: programas de saúde coletiva com foco na prevenção das doenças, o que reduziria significativamente o consumo de medicamentos; a coleta e tratamento adequado dos resíduos sólidos e líquidos, impedindo que esses contaminantes cheguem ao ambiente e a efetiva implantação de uma Política de Logística Reversa de Medicamentos, que apesar de já prevista em normativa (decreto federal 10.388), ainda falta ser efetivamente implantada, principalmente com a participação dos fabricantes no processo de recolhimento, transporte, tratamento e destinação final dos restos de remédios descartados pela população", finalizou o pesquisador.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Palavras-chave:
ensino

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