Teatro
Estudantes do Campus se apresentam no Festival de Artes Cênicas do Ensino Médio
Evento aconteceu nos dias 26 e 27 de janeiro, no Campus Central
Publicada em 30/01/2023 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 00:56

Após dois anos sem uma nova edição, o tradicional Festival de Artes Cênicas do Ensino Médio do Campus Natal-Cidade Alta aconteceu nos dias 26 e 27 de janeiro no Auditório Pedro Silveira e Sá Leitão do Campus Central (CNAT). O festival foi uma plataforma para seis grupos de teatro, formados por estudantes, estrearem suas produções. Durante toda a produção, os participantes puderam trocar experiências e impulsionar novas criações e expressões teatrais.
O Festival faz parte de um planejamento para retorno do Grupo Falas e Pantomimas do IFRN, que completa 30 anos de existência neste ano. Para dar largada ao plano, a professora e coordenadora do Nuarte do Cidade Alta Keila Fonseca e a Coordenadora do Nuarte CNAT, Suelen Gleide, organizaram uma parceria afim de criar uma movimento entre os dois campi que despertasse em cada estudante o o interesse em fazer teatro. No dia 13 de janeiro, organizaram uma oficina de iluminação cênica seguida de ensaios abertos no auditório do CNAT. Durante esse período, as inscrições do Falas e Pantomimas foram abertas para novos integrantes.
Em paralelo, a professora Keila Foseca direcionou seus alunos do curso de Multimídia à estrear no Festival de Artes Cênicas do Ensino Médio. A turma teve como principal inspiração o Teatro de Arena, grupo paulista que tratou de questões sociais e políticas no Brasil durante a ditadura militar. "Nós passamos a estudar algumas obras e autores como Augusto Boau, Odovaldo Viana Filho e João Francesco Guarnieri, a partir daí os alunos foram incentivados a refletir sobre os temas corriqueiros que os afetavam diariamente. Todas as peças apresentadas são criações autorais que surgiram a partir da discussão dos seus temas", explica Keila.
Celebração
Os 70 anos do Teatro de Arena foram celebrados com várias produções apresentadas por alunos do Campus Natal-Cidade Alta durante o festival. Ao todo, seis grupos se apresentaram nos dos dois dias do evento. Na quinta-feira, o Festival de Artes Cênicas do Ensino Médio teve a abertura musical com apresentação do cantor e compositor Paulo Café, e em logo à seguida, o Grupo de Teatro Jogo de Panelas subiu ao palco do auditório para a apresentação da peça "Última Rodada", inspirada na primeira peça teatral escrita por Oduvaldo Vianna Filho, "Chapetuba Futebol Clube", encenada pelo Grupo de Teatro Arena em 1959. Ao final da apresentação, foi a vez do Renegados do Teatro estrearem o espetáculo "Grupo Renegado (Re)Conta “O Saber Não Pode Acabar, Seu Edgar”. Para fechar as apresentações do primeiro dia do Festival, a Cia Teatral Suassunas trouxe ao público "O Auto do Mandacaru".
No segundo dia de apresentações, às 17h o Grupo Teatral Diversidade apresentava "Ave Zumbi", peça inspirada no herói brasileiro Zumbi dos Palmares. Em seguida foi a vez da Cia Catadores de Sonhos apresentarem musicalidade com a "Feira de contos", mostrando ao público diferentes tipos de opressões que fazem parte da realidade de muitos brasileiros. O último espetáculo da noite veio com a participação do grupo Potyguara Companhia Teatral, que apresentou "Obsolescência Programada", abordando o tema da tecnologia e seu impacto na sociedade. “É sempre emocionante ver a dedicação de cada aluno, ver o quanto eles se unem nessas ocasiões tão especiais”, comenta Ivanilda Rosa, 47, mãe da aluna Larissa Evelyn. “Para mim, os pais devem apoiar e participar de projetos que envolvam seus filhos sempre que puderem”, completa.
Experiência inovadora
Participante dos bastidores do Festival de Artes Cênicas do Ensino Médio, a aluna de Multimídia Isabele Quini, 17, conta que conseguiu ter a oportunidade de operar muitos equipamentos dos quais não havia tido contato antes. “Todos os equipamentos estavam atualizados e novos, e foi ótimo para ver como funciona na realidade o que aprendemos na teoria”. Sobre sua participação nos dois dias de evento, Isabelle afirmou que tudo ocorreu como planejado, “com luzes sincronizadas, sonoplastia e roteiro. Ensaiamos bastante para que tudo virasse esse lindo show para todos que vieram participar”.
O festival foi uma oportunidade de testemunhar a criatividade e o talento dos alunos do IFRN Cidade Alta e do Campus Central. Cleiton Souza, de 19 anos, compareceu ao segundo dia e conta que ficou impressionado. O estudante do segundo ano do curso de Técnico em Mecânica mencionou que já havia ido ao teatro antes, mas esta foi a primeira vez que veio para assistir a peças de teatro no Auditório do Campus Central. Questionado sobre suas impressões do festival, Cleiton acrescentou que ficou curioso porque as peças eram únicas e criadas pelos próprios alunos. “Alguns dos meus amigos participaram da produção e apresentação, então esta com certeza é uma experiência inovadora para eles e estou aqui para apreciar”.
A professora Keila acredita que a experiência teatral funciona como uma linguagem que empondera, segundo ela, "O teatro é a arte do contágio. A gente acredita muito na força de fazer o teatro que fala sobre as nossas próprias histórias, trazendo para o palco os temas que de alguma forma nos afetam. Isso pode despertar nas pessoas a percepção do fazer teatral ".
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