VOLTA ÀS AULAS
Comitê de Ensino forma comissões para planejar retorno às aulas
Trabalhos definirão regras para ensino remoto. Proposta inicial prevê o retorno remoto para o dia 31 de agosto.
Publicada em 22/07/2020 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 07:03

O Comitê de Ensino do IFRN realizou, nesta terça (21), reunião
virtual para tratar de cinco pautas. O encontro contou com a
participação do procurador do Ministério Público Federal junto ao
Instituto, Thiago Nóbrega, além dos diretores acadêmicos dos campi e dos servidores da Pró-Reitoria de Ensino, que formam o Comitê.
Na abertura da reunião foi solicitada, pelos diretores acadêmicos, a
inserção de ponto sobre o remanejamento docente, o que não foi acatado
pelo pró-reitor de Ensino, José Ribeiro. Seguindo, como ponto extra
pauta, Thiago Nóbrega falou sobre a legalidade jurídica de atos
acadêmicos como defesas de tese online e colação de grau virtual, dúvida
dos membros do Comitê. O procurador, além de indicar a possibilidade de
realização remota de tais eventos, afirmou que a Procuradoria emitirá
parecer jurídico que respaldará essas ações. O pró-reitor de
Ensinoassumiu o compromisso de solicitar ao reitor pro tempore uma nova portaria, em que esteja assegurada a possibilidade de realização das colações e defesas.
Após essa fala, alguns participantes da reunião fizeram
questionamentos a Thiago. Dentre os temas, a aplicabilidade da Portaria
nº 544, do Ministério da Educação, à realidade dos Institutos Federais.
Embora a portaria faça menção direta ao Ensino Superior ao tratar da
substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais durante a
pandemia do novo coronavírus, o procurador disse acreditar ser viável o
uso do documento como base para planejar o retorno remoto às aulas no
IFRN: “temos respaldo jurídico para isso. Agora é tempo de superar
entraves para voltar sem riscos para técnicos, docentes e estudantes”,
afirmou Thiago.
Pautas
Após a participação da Procuradoria Jurídica, a discussão sobre os
pontos de pauta teve início. Como tema de abertura, calendário
acadêmico, Inconsistências e jubilamento de estudantes. Na sequência,
tratou-se de uma proposta de retorno das aulas de cursos de
pós-graduação, a partir de um processo administrativo aberto por
estudantes de dois cursos. A proposição seguinte tratava de assunto
correlato, a criação de comissão para elaboração de propostas de
calendários de retorno às aulas remotas e presenciais. Os dois pontos
finais tinham direta relação com o próprio Comitê: a criação de comissão
para elaboração das atribuições do Comitê de Ensino e a aprovação do
calendário de reuniões do grupo. As discussões e encaminhamentos estão
resumidos a seguir:
Inconsistências no Suap-Edu: calendário correndo e provocando jubilamento automático
O Suap-Edu é o módulo Ensino dentro do Sistema Unificado de
Administração Pública, ferramenta de trabalho de técnicos
administrativos e docentes do IFRN. Segundo relatos apresentados pelo
Comitê, a suspensão do calendário acadêmico durante a pandemia foi
oficializada em portaria, mas não foi efetivada no Suap-Edu, que teria
continuado a contagem do tempo do ano letivo. Uma das consequências
seria o jubilamento automático. O jubilamento é o desligamento de
estudantes que tenham excedido o prazo máximo de tempo para a conclusão
de curso.
A discussão se deu no sentido de encontrar a melhor forma de resolver
o problema sem prejudicar estudantes que se enquadrem na situação em
questão. Após serem apontadas algumas sugestões, o encaminhamento da
demanda foi definido: a Diretoria de Administração Acadêmica (Diaac) vai
buscar junto à Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação (DIGTI)
uma forma de equacionar o problema. Uma das possíveis soluções seria a
suspensão retroativa do calendário dentro do sistema.
Retorno das aulas de cursos de pós-graduação
O ponto de pauta buscava discutir a proposta de retorno remoto
recebida, via processo administrativo inserido no Suap, de estudantes de
dois cursos de pós-graduação. Tais discentes, reunidos em colegiado,
teriam realizado levantamento em constataram que 100% do alunado destes
cursos tem acesso à internet e a equipamentos eletrônicos, o que os
habilitaria ao retorno remoto às aulas. O diretor de Administração
Acadêmica, Calistrato Câmara, disse ser necessário criar diretrizes para
possível retorno. Já a diretora acadêmica do Campus Ipanguaçu,
Luciana Medeiros, apontou as proposições contidas no Plano de
Contingência do Comité de Enfretamento à Covid-19 do IFRN como
orientação para o retorno das pós-graduações bem como das demais
modalidades de ensino do Instituto. A discussão teve seguimento e o
ponto foi encaminhado para ser finalizado na próxima reunião do Comitê.
Até lá, os membros do colegiado se apropriarão e farão a análise do
conteúdo do processo já em andamento.
Criação de comissão para elaboração de propostas de calendários de retorno às aulas remotas e presenciais
Retomando o tema da consulta ao procurador Thiago Nóbrega, os membros
do Comitê discutiram inicialmente o tipo de retorno ao qual a comissão
se debruçará. José Ribeiro começou por defender a proposta de um
calendário que previsse os retornos remoto e presencial, pois “se houver
uma determinação superior, termos uma proposta de retorno presencial
seria nos antecipar a cenários possíveis”, disse. Outros integrantes
apontaram a insegurança sanitária pela qual passa o Rio Grande do Norte e
o Brasil, alegando ser temerária e arriscada uma proposta nesse sentido
durante a pandemia. A sequência de falas levou ao debate proposições
com variadas formatações de comissão. Por fim, decidiu-se pela criação
de duas comissões: a Comissão de Diretrizes Pedagógicas para o Retorno,
com a função de base legal e acadêmica para a construção do calendário
de voltas às aulas, que desenvolverá suas ações junto às Equipes
Técnico-Pedagógicas (Etep) dos campi e à Diretoria Pedagógica do IFRN, na Reitoria, e a Comissão de Construção do Calendário Acadêmico,
que trabalhará em conjunto com a outra comissão, levando em
consideração os trabalhos do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do IFRN e
os comitês locais, sediados nos campi e na Reitoria.
O pró-reitor ficou responsável pela emissão das portarias junto ao
Gabinete da Reitoria. Ribeiro ainda sugeriu que a discussão seja
continuada em uma possível reunião extraordinária do Comité de Ensino,
dentro de 15 dias. Os membros da Comissão de Diretrizes são Luciana
Medeiros (diretora acadêmica – Campus Ipanguaçu), Gilmara Coutinho (diretora acadêmica – Campus João Câmara) André Ribeiro (diretora acadêmica – Campus Avançado
Lajes), além de José Ribeiro e uma representação da Diped, a ser
apontada. A comissão responsável pelo calendário acadêmico é composta
por Francisco Aldrin, diretor acadêmico do Campus São Gonçalo
do Amarante, Marcus Assunção, professor e diretor acadêmico substituto,
também em São Gonçalo do Amarante, e o pró-reitor de Ensino, José
Ribeiro. A proposta inicial prevê o retorno remoto para o dia 31 de
agosto.
Criação de comissão para elaboração das atribuições do Comitê de Ensino
Ao iniciar o ponto, o pró-reitor de Ensino foi informado da
elaboração, pelos diretores acadêmicos, de uma versão prévia do
regimento do Comitê de Ensino, sequencialmente encaminhada para inserção
como ponto de pauta na próxima reunião do Conselho Superior do IFRN.
José Ribeiro criticou a ação dos colegas de Comitê, alegando usurpação
de competência sobre o tema. Os diretores que elaboraram o documento,
por sua vez, argumentaram que a iniciativa partiu da autonomia pregada
pelo pró-reitor na tomada de decisões, o que, segundo dispensaria a
onipresença da Proen para todas as diretrizes ligadas às questões do
Ensino. José Ribeiro solicitou o número do processo, para conhecimento e
acompanhamento.
Aprovação do calendário de reuniões do Comitê de Ensino
A proposição do pró-reitor, que definiu as datas 18/08, 22/09, 20/10,
17/11 e 15/12 para as próximas reuniões do Comitê de Ensino, foi aceita
sem alterações.