CONSELHO SUPERIOR
Conselheiros demonstram preocupação com situação institucional
Reunião de hoje (11) debateu sobre formação e encaminhamentos da gestão
Publicada em 11/05/2020 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 06:50

Em reunião extraordinária realizada hoje (11), o Conselho
Superior do IFRN (Consup) debateu, durante seis horas ininterruptas, questões
relacionadas à gestão administrativa e acadêmica da Instituição. Presidida pelo
professor José Ribeiro, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento
Institucional, a reunião aconteceu de forma não presencial.
O encontro teve início com a análise, para aprovação, do
Relatório Institucional consolidado do ano de 2019 do Programa de Educação
Tutorial (PET), como regime de urgência. O presidente questionou sobre os
critérios para pedido de urgência. Os conselheiros explicaram
sobre a necessidade de aprovação e encaminhamento do relatório ao MEC até o dia
15 de maio para a manutenção das bolsas estudantis.
“Solicitamos a celeridade dada a importância desse
projeto para a permanência e o êxito dos nossos estudantes”, destacou a
conselheira Emiliana Soares, professora do Campus João Câmara. O
conselheiro Daniel Lobão, professor do Campus Ipanguaçu, destacou que a
preocupação vem do fato de algumas das resoluções
aprovadas pelo Conselho na reunião do dia 24 de abril ainda não terem
sido assinadas
pelo reitor pro tempore. O Conselho aprovou a solicitação para que os
documentos da reunião do dia 24 sejam assinados em até 24 horas.
RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS
O conselheiro Andreilson Oliveira, diretor-geral pro tempore do
Campus Currais Novos, fez um relato sobre o ponto 4 da pauta, “Aprovação
da divisão orçamentária entre os campi
(orçamento, emendas parlamentares, assistência estudantil)". Os
conselheiros
ressaltaram a necessidade de aprovação urgente deste ponto, que já havia
sido
colocado na reunião do Colégio de Dirigentes do dia 5 de maio. A
Instituição tem até o dia 28 de junho para garantir a utilização dos
recursos.
O presidente da reunião questionou sobre os critérios
para definir a divisão orçamentária. O conselheiro Daniel Lobão pontuou que
cabe ao presidente, que ocupa a função de pró-reitor de Planejamento, conhecer esses critérios. Solicitou então que, caso não
concordasse com o método exposto, sugerisse um novo. José Ribeiro respondeu que
não era ponto de pauta e por isso não iria responder. “Se o senhor quer um
esclarecimento, faça um ofício, um documento”, completou.
A conselheira Samira Fernandes, diretora-geral pro tempore do
Campus Santa Cruz, detalhou todo o processo, que tem início com a aprovação da
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) por parte do Governo Federal e com a
exposição de todas as informações (valores, legislação correlata e prazos) por
parte das Pró-Reitorias de Administração e de Planejamento e Desenvolvimento
Institucional aos diretores-gerais. “Esse é um processo complexo, desenvolvido
através de muitas reuniões. Sempre tivemos o cuidado de tratar a divisão de maneira
justa”, pontuou.
O conselheiro Flávio Ferreira, diretor-geral
pro tempore do Campus Canguaretama, explicou que o Codir ajuda, colabora
com as
decisões tomadas pela gestão principal da Reitoria. A professora Luciana
Santos, do Campus São Gonaçalo do Amarante, lembrou que os valores dos
recursos sempre foram apresentados à comunidade acadêmica, que participa
diretamente dos processos de planejamento estratégico e da construção
dos
planos de ação. “Vivencio isso na prática e defendo que esse orçamento
seja
aprovado por este Conselho”, concluiu, com pedido acatado pelos
conselheiros.
FUNCIONAMENTO ADMINISTRATIVO DA INSTITUIÇÃO
Outro ponto com discussão extensa foi “Debater e
solicitar esclarecimentos sobre o funcionamento administrativo da Instituição,
a partir da nomeação do reitor pro tempore e da exoneração a pedido de alguns
dos pró-reitores e diretores sistêmicos por ele indicados”. Os conselheiros
expuseram a preocupação por haver no momento vários cargos desocupados na gestão
da Reitoria.
José Ribeiro informou que a equipe estava pronta
desde a nomeação do reitor pro tempore e que não foi nomeada logo por questão
de estratégia. Explicou: “primeiro escalão está pronto. Vem de fora, indicado
pelo MEC. A máquina está funcionando normalmente. [...] Com certeza temos
pessoas capacitadas na Instituição, mas as pessoas não querem participar por motivos
diversos. Colocamos o problema para o MEC, que vai nos enviar reforço”.
A conselheira Luciana Santos, professora do Campus São Gonçalo do
Amarante, defendeu que a Instituição não
está funcionando normalmente, citando as dificuldades enfrentadas pelo
Comitê
Covid-19 IFRN, que não tem com quem dialogar na Pró-Reitoria de Ensino
sobre as
ações planejadas. “Há mais de três semanas a Instituição está sem
condução.
Estou extremamente preocupada”, pontuou. A conselheira Dália Maia,
técnica-administrativa do Campus Pau dos Ferros, questionou: “em que
linha de
gestão pública se situa essa sua estratégia de não nomear os cargos
imprescindíveis para o funcionamento do Instituto?”. A conselheira
Marília Silveira, professora do Campus Natal-Zona Leste, concluiu:
“situação institucional
muito difícil”.
Ainda sobre esse assunto, o conselheiro Thiago Lima,
técnico-administrativo do Campus Canguaretama, expôs sua preocupação a respeito
da homologação da folha de pagamento dos servidores, que deve ser feita nesta
semana. O presidente da reunião respondeu que é função da área de Recursos
Humanos tramitar esse processo e qualquer dúvida deve ser enviada ao reitor
pro tempore.
Os conselheiros questionaram ainda sobre a
legitimidade da nomeação de servidor que recebeu suspensão administrativa para
exercer função de gestão na Reitoria. O pró-reitor informou que a Procuradoria
Jurídica (Proju) será consultada.
OUTROS ENCAMINHAMENTOS
Os conselheiros aprovaram o envio de ofícios,
assinados por eles, ao MEC e à secretaria da 4ª Vara da
Justiça Federal no RN, que responde sobre ações civil e populares para a nomeação
do reitor eleito pela comunidade do IFRN. O objetivo dos documentos é solicitar
celeridade nas decisões vista a situação de instabilidade administrativa vivida
no Instituto. Os conselheiros vão enviar ainda documento à Procuradoria Jurídica
pedindo informações sobre declaração do pró-reitor de Planejamento, na
reunião de hoje, de que o procurador havia orientado o reitor pro tempore a não
assinar documentos em razão da instabilidade.
Os conselheiros solicitaram que a atual gestão
apresente na próxima reunião o seu Plano de Ação, encaminhamento administrativo
necessário no âmbito do IFRN. Será aberto também processo eleitoral para a escolha complementar de novos membros ao Conselho.