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Conselho Superior do IFRN aprova ensino remoto para 2021.1
Entre os dias 3 e 4 de maio, reunião extraordinária reformulou e aprovou resolução sobre o tema
Publicada em 06/05/2021 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 07:00

O Conselho Superior (Consup) do IFRN realizou reunião extraordinária
para discutir cinco pontos de pauta. O encontro aconteceu em duas etapas: na
tarde da segunda-feira e na manhã da terça-feira, 3 e 4 de maio, com duração
total de 10 horas e 30 minutos. Entre os temas abordados por integrantes do
Conselho e pessoas convidadas, o destaque foi a avaliação da minuta das
diretrizes pedagógicas para a volta gradual ao ensino presencial.
Primeiro dia, 3/5
Após os trâmites iniciais, em que houve a discussão da ordem dos temas e
a aprovação da pauta, a professora Antônia Silva, pró-reitora de Planejamento e
Desenvolvimento Institucional, na função de presidente do Conselho, abriu os
trabalhos dando a fala ao diretor-geral do Campus
Natal-Central, professor Jonas Lemos. O professor apresentou proposta de
uniformização no atendimento a discentes, responsáveis e coordenações de curso,
através da unificação das ações em uma Coordenação da Secretaria Acadêmica, que
passa a contar com duas Secretarias, uma voltada aos cursos Técnicos de Nível
Médio e outra a cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) e de Graduação do
Campus. Para sua efetivação, era
necessária a adequação e atualização do Regimento Interno do Campus Natal-Central e do seu
organograma, mudança trazida para consideração pelo Consup. Segundo Geraldo
Peregrino – técnico em audiovisual no Campus
Natal-Cidade Alta – após esclarecimentos e deliberações, a proposta foi
aprovada: “a questão trazida pelo Campus Natal-Central
tratava da aglutinação de cinco secretarias acadêmica em duas, sob a tutela de
uma Coordenação única. O professor Jonas respondeu a alguns questionamentos,
ligados quase todos à preocupação com o sobrecarga de trabalho, e fez
esclarecimentos, o que levou o Conselho a aprovar a proposta”.
O ponto seguinte –
Análise da proposta de atualização da Comissão Covid-19 – foi apresentado por
Valéria Carvalho, diretora de Gestão de Atividades Estudantis e integrante do
Comitê de Enfrentamento à Covid-19 no Instituto. Após a fala de Valéria, o
professor André Gustavo – diretor de Gestão da Tecnologia da Informação –
sugeriu que as alterações na composição tivessem outro trâmite,
passando a ser realizadas mediante pedido da própria comissão ao Gabinete da
Reitoria, sendo encaminhada via portaria do reitor, otimizando o processo de
alteração. A solicitação de atualização da comissão e a proposta foram
aprovadas.
Remoção a Pedido
O processo de
Remanejamento Docente teve seu resultado final contestado por alguns
servidores. Como o edital que trazia em suas diretrizes que “situações não
contempladas” e “casos omissos serão resolvidos, em primeira instância, pela
comissão designada pela Portaria nº 377/2021-Reitoria/IFRN e, em última
instância, pelo Consup”, o tema chegou à reunião do Conselho. Após a apresentação –
por seus representantes – de três processos de interposição de Recurso
Administrativo, após esclarecimentos, discussões e deliberações, o Consup votou
pela permanência da decisão da comissão responsável pelo remanejamento. Na
visão de Geraldo Peregrino, “no que diz respeito ao remanejamento, se constatou
que é necessário um trabalho muito forte dos Núcleos Centrais Estruturantes
(NCE’s) para a questão de ajustar o que se conhece por disciplinas equivalentes
– aquelas que têm estruturas e ementas parecidas e cujos nomes são diferentes,
o que dificulta o processo de provimento via remoção a pedido, o que chamamos
no IFRN de remanejamento”.
Na segunda parte da
reunião – na quarta-feira, 4/5 - houve a solicitação de esclarecimentos quanto
à decisão do Conselho. Após ampla discussão, as conselheiras e conselheiros
mantiveram a decisão e encaminharam providências quanto à solicitação de
parecer dos Núcleos Centrais Estruturantes, responsáveis pela unidade da ação
pedagógica e do desenvolvimento do currículo no IFRN, visando a manter um
padrão de qualidade do ensino, de acordo com o Projeto Político-Pedagógico da Instituição
e com o Projeto Pedagógico dos cursos ofertados. Para Andreilson Oliveira, com
a decisão do colegiado, o processo de edital segue e “dá a colegas a
oportunidade de serem realocados nos campi que escolheram, o que permite o
provimento de novas vagas, tão necessárias ao nosso fazer educacional”, disse o
diretor-geral do Campus Currais Novos
e conselheiro titular do Consup.
Segundo dia, 4/5
A discussão sobre o ponto que tratava da
'Análise da minuta das Diretrizes Pedagógicas para o ensino remoto
emergencial' foi
iniciada como quarto e último item da reunião, pois o outro ponto,
'implementação da transmissão ao vivo e gravação das reuniões ordinárias
e
extraordinárias do Consup/IFRN', foi transferido para apreciação na
próxima
reunião do Conselho. A leitura, ponto a ponto, da minuta das Diretrizes
se
estendeu – sem conclusão – até às 20h da segunda-feira; a reunião então
foi
suspensa e retomada às 8h da manhã da terça-feira, 4 de maio.
Conselheiras e
conselheiros seguiram ouvindo opiniões, argumentos, defendendo seus pontos de
vista e votando propostas para construção dos artigos. No início da tarde, por
volta das 13h30, a minuta foi aprovada; agora o documento segue para revisão
textual e posterior publicação, pelo Gabinete da Reitoria.
Entenda a discussão sobre as Diretrizes Pedagógicas
As Diretrizes Pedagógicas têm a função de orientar a comunidade
acadêmica no sentido de formular as estratégias necessárias para que se evite a
evasão e/ou retenção dos estudantes, conforme sugerem os normativos do Conselho
Nacional de Educação (CNE). O processo de revisão e reconstrução das Diretrizes
Pedagógicas para o ano letivo 2021 foi retomado já no final de dezembro de
2020, a partir do documento produzido pela comissão definida pela gestão pro tempore para aquele para ano
acadêmico (ON 04/2020 - Proen). Agora, com a recomposição e ampliação da
comissão constituída anteriormente, foram incluídas representações do Sindicato
Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica
(Sinasefe) – seção Natal e seção Mossoró –, assim como de estudantes da
educação básica e da educação superior. A minuta em discussão no Conselho
Superior já havia sido apreciada pelo Consepex
[Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão], na sexta-feira, 30 de abril.
“É muito importante identificar e deixar claro para comunidade que, na
Resolução, foram aprovadas Diretrizes Pedagógicas para o Ensino Remoto
Emergencial exclusivamente durante o tempo em que durar a pandemia da Covid-19.
Contudo, o documento também aprova orientações para o planejamento da volta
gradual da presencialidade simultaneamente ao ensino remoto sem determinar data
em que isso vai ocorrer, em razão da imprevisibilidade da evolução do quadro
sanitário do país”, disse o
professor Dante Moura, pró-reitor de Ensino do IFRN. Segundo ele, o retorno
está condicionado às orientações recebidas do Comitê de Enfrentamento à
Covid-19 IFRN, dos órgãos de saúde dos Municípios, do Estado e da União, assim
como dos órgãos de educação da esfera Federal.
Participação
Para a leitura e discussão da minuta, que trazia inicialmente 47
artigos, integrantes do Consup dedicaram quase a totalidade da segunda etapa da
reunião. Em entrevista, participantes destacaram a dedicação e o nível de
participação no encontro: “Longa, mas produtiva, a reunião do Consup, no tocante aos pontos que estavam previstos para
serem apreciados pelo Conselho, teve na pauta das Diretrizes
Pedagógicas um desafio, que conseguimos debater com tranquilidade. A maior
força para isso veio do comprometimento de conselheiras e conselheiros, com
destaque aos nossos alunos, que se posicionaram durante todo o processo com um
nível de maturidade e com propostas dignas de orgulho”, declarou Antônia Silva, quepresidiu o Conselho.
“Eu destaco a
importância da discussão da normativa, que teve ampla participação de todos os
segmentos – Docente, Discente, Gestão, Participantes Externos e Entidades
representativas estudantis –, com muitas contribuições para que o texto pudesse
ser construído como foi: de forma democrática, num debate de ideias focadas nos
benefícios à nossa Instituição, sob o julgo de todas as categorias envolvidas,
tendo sido tais ideias e opiniões amplamente respeitadas e aceitas pelas
pessoas que integram o Conselho”, declarou Andreilson Oliveira.
A opinião dele é
compartilhada com Pablo Deyvid, estudante do curso Técnico Integrado
em Informática, Campus Pau dos
Ferros, também titular no Consup: “foram trabalhados e votados dezenas de
pontos do documento até aprovarmos uma proposta justa, porque foi construída
por um grupo bastante representativo. Conseguir tratar de igual para igual é
superimportante. Os demais conselheiros foram bastante compreensivos em ouvir
os estudantes, suas necessidades e pontos de vista. Isso é o que mantém o IFRN
em seu caminho de excelência. Uma Instituição centenária e justa tanto com os
docentes quanto com discentes e técnicos administrativos.”
Dante Moura, o pró-reitor
de Ensino do IFRN, também falou sobre essa participação. “destaco a
integração entre as conselheiras e os conselheiros. A participação, de maneira
empenhada e com objetivo de alcançar um consenso dentro da diversidade de
opiniões e posições, não é fácil. Nossos estudantes, que já haviam trabalhado a
minuta junto ao Consepex, se reuniram no final de semana e trabalharam
novamente, reiterando reivindicações que não tinham sido atendidas
anteriormente e isso é um belo exercício de cidadania”, disse.
Proporcionalidade
Atividades síncronas por disciplina | Atividades assíncronas por disciplina |
Mínimo de 25% e máximo de 50% | Mínimo de 50% e máximo de 75% |
Dentre todos os artigos discutidos, dois pontos da normativa tiveram
atenção especial durante todo o processo de construção do documento. Ainda
segundo o professor Dante Moura, esses pontos despertaram esse interesse
dedicado desde antes, quando se elaborou a Orientação Normativa nº 4/2020 – Proen,
que orientou o ano acadêmico 2020, encerrado em 30 de abril de 2021: a
proporcionalidade entre os momentos síncronos e assíncronos no ensino remoto
emergencial e o registro de frequência de estudantes.
A orientação definida na minuta aprovada na terça-feira, 4 de maio,
definiu uma faixa dentro da qual cada campus
tem autonomia para definir qual será a proporcionalidade a ser trabalhada.
Assim, o campus que optar, por
exemplo, por 30% de proporcionalidade deverá, como regra geral, aplicar esse
percentual a todos os cursos oferecidas. Não obstante, há algumas exceções,
como a possibilidade de flexibilização dessa proporcionalidade para três tipos
de cursos, os cursos de Educação de Jovens e Adultos, cursos superiores de
pós-graduação e os cursos técnicos subsequentes, caso existam na unidade em
questão.
“Esse foi um assunto bastante polêmico e discutido. Sua importância tem
estreita relação com a seguinte questão: se se tem uma quantidade maior de
momentos assíncronos e uma quantidade menor de momentos síncronos, há uma certa
tendência de maior número de atividades para estudantes em momentos
assíncronos”, disse Dante Moura. O pró-reitor seguiu, apontando que, diante
dessa tendência, houve a reinvindicação – por parte do corpo discente – pelo
aumento do percentual de tempo destinado aos momentos síncronos
Frequência
Em período de normalidade, o percentual de frequência mínima de cada
estudante é de 75% das aulas. Com o Ensino Remoto Emergencial, esse limite foi
flexibilizado, permitindo ao corpo discente ultrapassar o limite de 25% de
falta e não ser reprovado por isso. O registro da frequência, na minuta de
Resolução elaborada originalmente na Comissão, deveria ser feito tanto dos
momentos síncronos quanto dos momentos assíncronos, visando identificar, por
exemplo, se haveria estudante, de forma recorrente, deixando de participar dos
momentos síncronos. A constatação do fato seria encaminhada à Equipe
Técnico-Pedagógica para que tais estudantes pudessem passar por acompanhamento,
explicando as ausências.
Durante a reunião do Consepex do dia 30/04/2021, a reivindicação
discente foi no sentido de que essa forma de registro não fosse normatizada na
Resolução, por dois motivos:
- Representaria uma sobrecarga de trabalho para o corpo docente;
- Poderia ser prejudicial – em situações futuras e fora da instituição – apresentar um histórico escolar com ausência de 90% em determinada disciplina, por exemplo, e, ainda assim, este documento sinalizar a aprovação.
A proposta foi acatada e os dois tipos de registro foram retirados do
texto, o que foi ratificado na reunião do CONSUP. Permaneceu, contudo, o
registro da frequência estudantil com a finalidade de acompanhar a presença e
permitir a identificação de estudantes que possam ter mais dificuldades,
permitindo a ação dos setores responsáveis por esse acompanhamento em
contribuir para que esses problemas sejam superados. “O objetivo institucional
é: nenhum estudante a menos. Muito difícil ser alcançado? Sim, sabemos! Mas é a
meta a ser buscada, pois, para que o ensino possa ser minimamente democrático,
não podemos ter nenhum estudante excluído”, enfatizou Dante Moura
Encaminhamentos
A resolução ainda não foi publicada, mas as duas partes da reunião podem
ser vistas a qualquer momento, na íntegra, pois estão disponíveis no Canal do
IFRN no YouTube.
Pablo Deyvid – conselheiro da representação discente e estudante do Campus Pau dos Ferros, disse ver a
reformulação com bons olhos: “a meu ver, essa reformulação vai servir,
inclusive, para resolver problemas práticos do dia a dia do ensino remoto, como
prazos curtos para entrega de atividades e a exigência das câmeras ligadas ou a
questão do registro de presença, além de ajudar em problemas e casos isolados
que possam surgir”.
Já Geraldo Peregrino afirmou que a organização dos estudantes, com a
coordenação da Regif [Rede de Grêmios do Instituto], somou ao debate: “algumas
preocupações deles se estenderam para demais integrantes do Conselho, devido ao
óbvio contexto de realidades diferentes”.
Antônia Silva considerou a reunião extraordinária do Consup como
exemplar, e disse que: “ao fim, restou a certeza de que nosso ano letivo terá
início com um planejamento definido e a certeza de que o IFRN se reorganiza e
volta a percorrer, desde o âmbito institucional, um caminho para que se
mantenha focado em sua missão, continuar formando nossos alunos e alunas com a
qualidade impressa por essa instituição desde sempre”.
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