TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
IFRN é o primeiro Instituto Federal a emitir diplomas de forma digital
Ação iniciou com a emissão do primeiro certificado de pós-graduação. Documentos são emitidos através do Suap
Publicada em 20/09/2021 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 06:53

Desde
2020, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) vem passando por uma
transformação digital em seu setor acadêmico. Após a implantação do módulo de
matrículas on-line, necessário em meio à pandemia da Covid-19, a pasta
documental dos estudantes e a emissão das atas de conclusão de curso, ambas de
forma virtual, o IFRN deu início, em setembro de 2021, à emissão de certificados
e diplomas de forma digital.
A ação
conta com duas fases. A primeira é referente à emissão de documentos para
pós-graduação, seguidos de cursos técnicos e de Formação Inicial e Continuada
(FIC). A segunda fase de emissão, prevista para o mês de outubro deste ano, é
destinada a diplomas de cursos de graduação.
Isso
torna o IFRN a primeira instituição da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica a executar a ação. Quem está por trás de mais esse
avanço do IFRN é a Pró-Reitoria de Ensino (Proen/IFRN), por meio da Diretoria
de Administração Acadêmica (Diaac), e a Diretoria de Gestão em Tecnologia da
Informação (DIGTI), através da Coordenação de Sistemas da Informação (Cosinf).
O reitor
do Instituto, professor José Arnóbio de Araújo Filho, comemora o processo de
emissão dos documentos digitais. O professor faz questão de relembrar aqueles
que estiveram na gestão da Reitoria do IFRN e que, “com o seu olhar
visionário”, apostaram nessa ação. “Professor Belchior, professor Mariz,
professor Willys, que deram sequência aos trabalhos, e as equipes de TI, que
passaram à frente da nossa Instituição e começaram a vislumbrar essa
possibilidade”.
José
Arnóbio ressalta os benefícios trazidos pela emissão digital dos documentos
para além da perspectiva da modernidade. O reitor destaca a diminuição de
gastos orçamentários. “Por exemplo, o Campus Pau dos Ferros é o mais distante
da Reitoria - mais de 300 km de distância. Agora, nós não teremos mais a
necessidade de deslocamento para pegar assinatura do diretor-geral do Campus e,
depois, retornar à Reitoria para que o reitor assine o documento e,
posteriormente, o motorista ter de voltar ao Campus. Então, olha a economia que
essa ação vai gerar; economia de combustível, de manutenção do carro que se
desgasta no deslocamento, além de minimizar riscos que motorista enfrenta nessa
distância”, declarou.
O reitor
ainda ressalta a economia gerada além dos muros do IFRN, referindo-se às 41
instituições que compõem Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif): “uma economia na Rede
como um todo. Essa ação é extremamente exitosa, do ponto de vista econômico e
do ponto de vista da celeridade na emissão dos diplomas. Por isso, mais uma
vez, quero parabenizar a todos os profissionais da DIGTI e da Diaac/Proen que
se envolveram nessa importante ação da nossa Instituição. É o Instituto Federal
do Rio Grande do Norte sempre à frente nas ações da nossa Rede”.
O avanço
também foi comemorado pelo pró-reitor de Ensino do IFRN, professor Dante
Henrique Moura, que classifica o momento como a inclusão da digitalização aos
processos institucionais. “Do ponto de vista não apenas da agilidade e da
rapidez com a qual os estudantes poderão ter acesso aos seus diplomas e
certificados, mas também do ponto de vista econômico. Você não pode submeter a
lógica institucional ao economicismo, mas é importante considerar essa dimensão
econômica e, se é possível avançar em ser mais eficiente, mais eficaz e tendo
uma maior economia, por que não fazer?”, refletiu o pró-reitor.
Desafios do modo digital
Dante
conta que o processo de digitalização tornou-se mais necessário com a chegada
da pandemia da Covid-19, na qual o ensino presencial teve de dar lugar ao modo
remoto. Para o professor, isso é um processo complexo. “Se, por um lado, seu
avanço abre uma série de possibilidades, por outro, ele também, dependendo da
forma como seja trabalhado, pode trazer prejuízos ao processo formativo”.
Para o
professor, doutor em Ciências da Educação pela Universidad Complutense de Madrid (UCM), a necessidade que os
professores tiveram de migrar para o modo de ensino remoto implicou no desafio de
pensar sobre como desenvolver, de forma virtual, determinados processos
educativos, aplicados, antes, presencialmente. O pró-reitor de Ensino afirma
que, embora a modalidade remota seja a solução encontrada para dar continuidade
ao Ensino, “o modo presencial não será apagado”. Dante conclui dizendo que o
processo possui vários aspectos extremamente positivos, e um deles é a emissão
dos diplomas e certificados digitais, o que o professor classifica um avanço
muito importante para a instituição: “É um processo do qual a gente não pode
abrir mão de maneira nenhuma. O que precisamos é ter cuidado para não
transformar todo o processo formativo do ser humano de forma digitalizada”.
Processo de emissão dos certificados e
diplomas digitais
No dia 8
de fevereiro de 2021, o IFRN passou a emitir certificados digitais de cursos de
Formação Inicial Continuada (FIC), do Programa Novos Caminhos. Em entrevista ao
Núcleo de Jornalismo do IFRN (Nujor/IFRN) em abril deste ano, o diretor da
Diretoria de Administração Acadêmica, Frederico Augusto, declarou que, no dia 9
daquele mês, foram emitidos 149 históricos e certificados de cursos FIC no
tempo de 20 minutos. Na época, Augusto disse que há uma enorme diferença entre
o modo de emissão físico e digital. “Esses 149 documentos poderiam ser
milhares”, contou o diretor.
O
diretor da Diaac explica que o novo processo de emissão de certificados e
diplomas do IFRN teve início na expedição dos certificados FIC. A ação serviu
como um teste para as novas emissões dos documentos. A partir de então, o
sistema de expedição foi atualizado, o que, juntamente com a legislação
necessária para os diplomas digitais, tornou possível expandir a emissão dos
documentos digitais no IFRN.
Frederico
Augusto explica que o novo módulo de emissão contém duas etapas. A primeira é
referente aos certificados e diplomas de cursos de pós-graduação, seguido de
cursos técnicos e cursos FIC. “Vamos emitindo gradualmente. A gente não vai
liberar para todos esses níveis; vamos começar com a pós-graduação, e aí vamos
expandindo, de forma mais controlada, com o objetivo de monitorar cada detalhe
desse novo processo. Mas [o módulo] já está pronto para esses três níveis”,
explicou.
Por
volta do mês de outubro deste ano, entrará em funcionalidade a segunda etapa do
processo de emissão dos documentos digitais, desta vez para cursos de
graduação. Frederico Augusto conta que o intervalo se deve por essa segunda
fase possuir exigências especificas.
Primeiro certificado digital de
pós-graduação do IFRN
O
primeiro certificado de pós-graduação do IFRN emitido de forma virtual leva o
nome de Dimas Kastibergue Fernandes. O estudante de 38 anos cursou a
Especialização em Práticas Assertivas em Gestão da Educação Profissional
Integrada à Educação de Jovens e Adultos (EJA), pelo Campus Natal-Zona Leste.
Para ele, ver seu nome escrito no documento traz “alegria misturada com alívio,
uma sensação de dever a ser cumprido e, claro, muito agradecimento a cada
funcionário que faz parte dessa instituição, que se dedicou, sempre pensando no
melhor para nós, alunos”.
Natural
de Angicos, a 171 quilômetros de Natal, o estudante conta que nada substitui o
contato presencial, porém, em outra situação, teria que se deslocar
presencialmente até um polo do Instituto Federal para obter sua certificação. O
módulo de emissão de diplomas e certificados ajudou o jovem e seus pais a
evitarem a exposição ao novo coronavírus.
Dimas
conta que a nova era de digitalização do IFRN é muito importante. “Uma evolução
no acesso à educação, e esse avanço se faz necessário devido ao contexto
vivenciado, onde as pessoas tiveram que ficar isoladas. Mesmo assim, a educação
continuou de forma remota”, declarou o jovem. Ele finaliza: “me sinto privilegiado
por ter sido o primeiro”.
Campus Natal-Zona Leste é o primeiro a
emitir os documentos de forma digital
O
professor José Roberto Oliveira dos Santos é o diretor-geral do Campus Avançado
Natal-Zona Leste, de onde vem o primeiro certificado digital do Instituto
Federal do Rio Grande do Norte. O professor relembra a emissão de certificados
de cursos FIC, ofertados pelo Programa Novos Caminhos, no início deste ano.
Segundo José Roberto, foram ofertados dez cursos, totalizando quase oito mil
estudantes matriculados espalhados pelo Brasil.
“Era
realmente um grande desafio, diante do contexto da pandemia, a gente poder
criar uma logística para imprimir esses certificados e entregar, principalmente
a estudantes que não residem na região de Natal; tínhamos alunos até de outros
estados. Então, o desenvolvimento desse certificado digital veio a colaborar
para que todos os alunos que cursaram no ano passado o curso FIC tivessem
acesso aos seus certificados”, comentou o professor. Ele acrescenta que, desde
fevereiro deste ano, já foram emitidos mais de 4.500 documentos de conclusão de
cursos de Formação Inicial e Continuada.
José
Roberto celebra a nova fase de emissão de certificados e diplomas do IFRN.
Assim como o aluno Dimas, outros 992 estudantes, que concluíram os cursos
“Especialização em Práticas Assertivas em Gestão da Educação Profissional
Integrada à Educação de Jovens e Adultos” e “Especialização em Práticas
Assertivas em Didática da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens
e Adultos”, e que estão em outros estados do país, irão receber o documento
virtual. “Estamos fazendo todo o processo para a entrega desses documentos, o
que seria muito complicado para nós fazer a logística de impressão, envio pelos
Correios, fora o risco de extravio que poderia ocorrer nesse processo de trânsito
da saída do certificado”, comenta o diretor-geral.
O
professor mostra-se animado para as próximas fases de emissão. “Para o Campus
Natal-Zona Leste, a inclusão desse procedimento via Suap veio realmente
coincidir com o momento de expansão da nossa oferta [de cursos] a nível
nacional. Antes, a gente precisaria de um motorista ou o aluno teria de sair da
sua região para vir à Natal pegar o documento. Agora não, o aluno que está
concluindo tem acesso on-line a esse certificado”, finaliza.
A
secretária acadêmica do Campus Natal-Zona Leste, Pollyana de Carvalho Medeiros,
explica que, na produção física de diplomas, a capacidade média é de 30
emissões por semana. “A gente só faz em alguns dias/horários específicos, a
impressão é demorada, tem que fazer a separação, tem que ter uma logística para
envio da remessa para a Reitoria; na chegada, tem que fazer a separação por
ordem alfabética e arquivamento. Hoje, a gente consegue emitir cerca de 100
diplomas digitais por semana”.
Próximos passos rumo à digitalização no
setor acadêmico
O time
responsável pelo processo de modernização no setor acadêmico do IFRN segue
trabalhando para trazer facilidade, agilidade e economia para o Instituto
Federal do Rio Grande do Norte e seus estudantes. Como explica o diretor de
Gestão em Tecnologia da Informação (DIGTI), André Gustavo, o próximo passo da
equipe composta pela DIGITI e pela Diaac é a emissão de diplomas de cursos de
graduação. André se mostra confiante: “esperamos também ser pioneiros nessa
emissão”. Segundo o diretor, além de uma legislação específica, a emissão dos
diplomas depende de ajustes junto à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)
para ser efetivada.
“A
ideia é que, cada vez mais, a gente possa oferecer mais serviços digitais,
simplificando a vida dos estudantes, mas, também, garantindo eficiência e
eficácia no desenvolvimento das atividades de gestão, o que também facilita o
trabalho dos nossos servidores e servidoras”, finalizou o diretor da DITGI