COLÉGIO DE DIRIGENTES
Reitor e diretores gerais pro tempores discutem funcionamento da Instituição
Diretores destacaram a realidade socioeconômica dos estudantes e questionaram sobre equipe gestora da Reitoria
Publicada em 05/05/2020 ― Atualizada em 30 de Março de 2023 às 07:19

O Colégio de Dirigentes do IFRN (Codir) se reuniu hoje (5), de forma
online, com a presidência do reitor pro tempore do Instituto, professor
Josué Moreira. Na pauta, a discussão de temas relevantes para a
comunidade acadêmica do IFRN, como a repartição de recursos oriundos de
emendas parlamentares (recursos destinados ao Instituto por deputados,
senadores e bancada parlamentar).
Uma das proposições para votação era a distribuição do recurso de R$
400 mil reais, destinado à assistência estudantil do Campus
Natal-Central do IFRN, pela deputada federal Natália Bonavides, entre
todos os campi. A distribuição seria feita conforme a distribuição de
matrículas, procedimento padrão na Instituição. No entanto, o pró-reitor
de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Prodes), professor
José Ribeiro, comentou que não tinha conhecimento sobre o teor da pauta e
solicitou as vistas de processo. O diretor geral pro tempore do Campus
Currais Novos, professor Andreilson Oliveira, explicou que as
informações são responsabilidade da Pró-Reitoria pela qual ele responde e
da Pró-Reitoria de Administração.
Os diretores gerais alertaram sobre a necessidade da tomada de
decisão de forma urgente, uma vez que os recursos têm um prazo de até 28
de junho para serem empenhados (ação administrativa que garante o
pagamento às empresas ou serviços contratados).
Diante do impasse, foi solicitada a participação do procurador
jurídico do IFRN, Thiago Nóbrega. O procurador explicou que o Codir é um
órgão colegiado consultivo. Como tal, os seus componentes são
conselheiros, mas as decisões tomadas são de inteira responsabilidade do
presidente, neste caso, o reitor pro tempore.
A diretora geral pro tempore do Campus São Gonçalo do Amarante,
Marilac de Castro, destacou que o Codir sempre atuou em regime de
colaboração. "Colocamos na mesa todas as informações, trazidas pelas
Pró Reitorias de Administração e de Planejamento, respeitando as
especificidades e necessidades de cada campus para a tomada de decisão.
Gostaria de sensibilizá-lo sobre os riscos desse ponto ficar travado e
não conseguirmos executar o recurso, precisando devolvê-lo. Destaco que
isso nunca aconteceu nesta Instituição", afirmou a diretora. A decisão
foi adiada para uma data futura.
Os pontos 2 e 3, "Apresentação da nova divisão do recurso da emenda
de bancada" e "Plano de ação 2020: recursos da Assistência Estudantil",
respectivamente, também foram encaminhados para vistas de processo.
Outro tema debatido na reunião foi a aquisição de alimentos não
perecíveis para serem doados aos estudantes em vulnerabilidade social. O
diretor geral pro tempore do Campus São Paulo do Potengi, professor
Renato Dantas, solicitou agilidade nas descentralizações de recursos
para os campi e o envio de esclarecimentos sobre outras ações pelo
Diretor de Gestão de Atividades Estudantis, professor Samuel Gomes, que
integra o Codir, mas não participou nem enviou representante à reunião.
NOMEAÇÃO E EQUIPE
Sobre o ponto 5, "Situação da nomeação do reitor eleito", o diretor
Andreilson questionou se o Ofício deferido pelo Consup havia sido
enviado à comissão de sindicância da qual participa o professor José de
Arnóbio de Araújo Filho, com o pedido de reabertura do processo, como
também a resposta da Reitoria ao MPF sobre o pedido de informações sobre
a nomeação do reitor eleito. Josué solicitou que o diretor enviasse a
solicitação à Procuradoria Jurídica. O reitor pro tempore explicou que
poderia solicitar uma reunião ao MEC para esclarecimentos sobre a
situação do IFRN. “Sou uma peça desse processo, mas não respondo por
ele”, declarou.
Em relação ao ponto 6, "Equipe de gestão atual da Reitoria", Josué
comentou que já tem a equipe completa, mas não nomeou ainda por estar
buscando calma nas suas ações. Ele citou que os servidores antes
nomeados solicitaram exoneração em razão da pressão sofrida e pela
turbulência institucional. O professor declarou que está aguardando a
chegada de reforços de Brasília, Tocantins e uma pessoa da Aeronáutica
para conduzir a Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propi).
O diretor-geral pro tempore do Campus Parnamirim, Paulo Vitor Silva,
informou que circula entre a sociedade mais de 150 notas de repúdio
contra a nomeação pro tempore pelo MEC. “Não é uma briga de Arnóbio. É
uma reivindicação de estudantes, servidores e entidades que estão se
indignando com essa situação temporária. Esperamos que se resolva logo”,
frisou.
Um dos questionamentos do reitor pro tempore na reunião disse
respeito à publicação de notícia no site do IFRN sobre a última reunião
realizada pelo Conselho Superior (Consup). O diretor-geral pro tempore
do Campus Canguaretama, Flávio Ferreira, que também ocupa o cargo de
conselheiro no Consup, explicou: "os servidores estão trabalhando para
dar publicidade aos atos institucionais".
Questionado sobre o funcionamento da Instituição, que no momento
encontra-se com cargos vazios em 4 das 5 pró-reitorias existentes e em 1
das 3 diretorias sistêmicas, somando cerca de 30 cargos de gestão vagos
nos setores vinculados, o professor Josué citou que o IFRN funciona
como uma máquina, de forma praticamente automática e que as solicitações
enviadas pelos campi estão sendo analisadas e encaminhadas por ele e
pelo pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional.
RETORNO ÀS AULAS
O reitor pro tempore demonstrou preocupação com o atendimento aos
estudantes e com as medidas de retorno às atividades presenciais e às
aulas. Ele declarou sua intenção de buscar o retorno de forma online,
através das Tecnologias de Informação e Comunicação. Os diretores gerais
lembraram a realidade socioeconômica dos estudantes, que impede a
aplicação de tais Tecnologias. De acordo com o questionário
socioeconômico respondido pelos estudantes no momento da matrícula,
aproximadamente 64% afirmam não possuir computador de mesa (desktop) em
casa, enquanto 43% afirmam que não possuem notebook. Além disso, 36%
deles afirmam não ter acesso à internet diariamente
O reitor pro tempore informou que está fazendo um levantamento, junto
com a equipe da Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação
(DIGTI), para apresentar uma proposta de retorno online. “Sinceramente,
do fundo do meu coração, a minha preocupação é que nossos alunos não
tenham um prejuízo tão grande”, declarou Josué. O diretor-geral
pro tempore do Campus Natal-Zona Leste, José Roberto, explicou ainda
que, para implementar aulas dessa forma, são necessárias capacitação de
servidores e elaboração de material didático próprio, o que leva tempo.